Estou, no momento, em Moçambique. Por fim cheguei na África propriamente dita, visto que a África do Sul é um país completamente atípico à realidade africana.
Um pequeno avião de vinte e poucos lugares trouxe a mim e Bhakti Caitanya Swami de Durban até Maputo, a capital de Moçambique, em hora e meia de vôo. Da imigração já se ouvia o kirtana. Quatro devotos estavam nos esperando: três devotos da África do Sul que chegaram uns dias antes e Bhakta Ricardo, o único devoto moçambicano. Até o ano passado havia dois casais de devotos que moravam em Maputo e faziam programas, mas agora eles mudaram-se daqui.
Antes existiam muitos indianos em Moçambique, mas após ter tornado independente, há uns vinte e tantos anos, a maioria mudou-se para Portugal. Mesmo assim ainda muitas famílias descendentes de indianos vivem no país. Um indiano local nos cedeu um apartamento para ficar.
Maputo já foi uma bela cidade, no tempo dos portugueses. O traçado da cidade é bem interessante, as ruas e avenidas são largas e arborizadas. Hoje em dia, a cidade perdeu totalmente o seu encanto por falta da devida conservação. Existe, no entanto, uns bairros ricos com casas muito boas. Embora seja um dos mais pobres países do mundo, a maioria dos carros que se vê nas ruas são novos e potentes. Quer dizer, tem gente ganhando muito dinheiro por aqui. Em compensação, a grande população pobre é miserável e desnutrida, e não tem praticamente nenhuma perspectiva de dias melhores. O desemprego é massivo. A moeda local, meticais, é bastante desvalorizada. Um real vale sete mil e duzentos meticais. Quer dizer, o salário mínimo do Brasil equivale a dois milhões duzentos e cinqüenta mil meticais. Um bocado de dinheiro!...
No dia em que chegamos em Maputo, ao final da tarde, chegou uma caravana de carros com devotos da África do Sul. Ao todo temos em nosso grupo: dois sannyasis, oito brahmacaris, três grhasthas e quatro matajis. Este é o oitavo ano consecutivo que esse grupo faz pregação em Moçambique.
Durante o dia, alguns devotos saem às ruas para distribuir livros da BBT brasileira. Fazem harinama também. Outro grupo está desde cedo pela manhã cozinhando para o programa “Alimentos para Vida”. Por volta do meio dia vamos para uma das áreas pobres da cidade distribuir prasada. À noite temos programas públicos.
(foto 1) Kirtana no bairro pobre de Maputo, antes da distribuição de prasada.
(foto 2) Em nosso grupo, somente três devotos falavam português: o moçambicano Bhakta Ricardo, o angolano Tattva-vit-rupa Das e eu.
(foto 3) Tattva-vit-rupa Das, de Angola, Saci-kumara Das, da África do Sul, e Savya-sacin Das, de Swazilandia, animam a garotada.
(foto 4) Três panelonas de prasada distribuídas todos os dias.
(foto 5) Depois da distribuição de prasada, Sudish, moçambicano radicado em Portugal, comanda o harinama, numa euforia total.
(foto 6) Excelente programa no Conselho das Religiões de Moçambique. Bhakta Ricardo, que organizou os programas, está à esquerda, no primeiro plano da foto.
(foto 7) Templo de Sri Sri Sita-Rama, nos arredores de Maputo, onde fizemos um programa e distribuímos prasada.
(foto 8) O grande momento da turnê de pregação em Moçambique foi a palestra no auditório da Faculdade de Medicina. Tivemos um público seleto de muito bom nível. No final, todos cantavam e dançavam num kirtana impressionante.
(foto 9) Grupo de devotos e convidados do programa na faculdade de Medicina.
(foto 10) Programa no templo da Comunidade Hindú de Maputo. Ao final, apresentei um show de slides sobre o projeto sustentável “Goura Vrindavana” de Paraty. Isso causou um grande impacto no público. No final, uma família se aproximou de mim e disse que estavam dispostos a doar uma fazenda de duzentos hectares para o movimento. O modelo sustentável de Goura pode se espalhar pelo mundo...
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