De Lakshmana-jula começamos realmente nossa incursão nos Himalaias. A primeira etapa foi de apenas 70 quilômetros até a cidadezinha de Devaprayag. Essas viagens pelas montanhas e vales dos Himalaias são sempre um tipo de aventura. Os pequenos ônibus vão zig-zagueando pelas estradas estreitas tendo de um lado um paredão e do outro um precipício. Quando dois veículos se cruzam em sentidos opostos é sempre uma nova história: quem vai favorecer o outro. As vezes um tem que dar marcha-a ré até encontrar uma situação em que dê para dois veículos, um raspando o outro. Isso faz a viagem muito longa. Outro perigo são os desbarrancamentos. Eles acontecem às centenas, as vezes por quilômetros. O Exercito se encarrega em dar esse apoio, mas por mais máquinas e tratores que tenham o serviço é sempre precário. Muitas vezes o tráfego é interrompido para se estourar com dinamite uma grande pedra no meio da estrada. Outra coisa que retarda tremendamente é um pinga-pinga sem fim de passageiros locais. Existem centenas de ônibus de turismo, um pouco melhores que os regulares, mas essa é uma forma mais “cultural” de viajar e você fica livre para ir onde você quer.
Devaprayag
A importância de Devaprayag é que aí começa realmente o Rio Ganges. O termo “prayag” significa “junção de dois rios”. Em Devaprayag, dois rios importantes, o Alakananda e o Bhagirathi, se juntam e passam a se chamar “Ganges”. (Nós vamos ver em outro episódio que a nascente do Ganges é identificada na nascente do Bhagirathi, em Gomukh). Devaprayag é uma cidadezinha típica dos Himalaias. Meu amigo Badrivishal, de Haridvar, me indicou uma família local e assim pudemos experimentar a extraordinária hospitalidade do povo das montanhas.
(foto1) Vista geral de Devaprayag, destacando-se os dois rios, Alakananda descendo do alto da foto e Bhagirathi na parte inferior, correndo da esquerda para a direita.
Ponte congestionada na entrada da cidade.
Sangam: ghats de banho no exato local onde os dois rios se juntam e começa o Rio Ganges.
Joshimath
De Devaprayag seguimos a segunda etapa de 182 km. (11 horas de viagem!, com pneu furado, mudança de ônibus, etc.) até a bela cidade de Joshimath, na altitude de 2000 metros. Aqui nessa cidade, Sankaracarya fundou um dos quatro monastérios originais. (Os outro três são: Jaganatha Puri, ao leste; Dvarka, ao oeste; e Sringeri, ao sul).
(foto4) Vista geral da cidade.
Famoso e antiqüíssimo templo de Sri Nrsimhadeva, em Jyoshmath.
Vraja-kishora das e dois novos amigos sadhus do sul da Índia, também em peregrinação por aquelas bandas.
Belo templo de Sri Sri Lakshmi-Narayana.
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