Tournê de Pregação na Índia/2003 - Purushatraya Swami

Peregrinação nos Himalaias - Parte 3

Badrinath

Enfim, chegamos ao famoso tirtha Badrinath, a 3110 metros de altitude, onde corre o Rio Alakananda, um dos principais rios que vão formar o Rio Ganges. Badrinath é um dos mais visitados lugares de peregrinação da Índia. Pelo menos uma vez na vida, todo o hindu tem que visitar esse lugar sagrado. Podemos ver muitas pessoas idosas que passam pelos incríveis inconvenientes da viagem para chegar até lá. Badrinath é extremamente sagrado porque uma encarnação dupla do Senhor Supremo, Nara-Narayana, lá exibiram Seus passatempos e adoraram a deidade que se encontra atualmente no templo, Sri Badrinath. É uma deidade do Senhor Vishnu relativamente pequena com as formas pouco definidas pois por séculos esteve perdida no Rio Alakananda e posteriormente foi achada por Sripad Shankaracarya. Muitos santos e acharyas, como Madhvacharya e Ramanujacharya, visitaram essa região. Os Pandavas quando se retiraram desse mundo foram para essa área. O espírito de Badrinath é voltado totalmente a moksha ou mukti, liberação.

Rio Alakananda, em primeiro plano e o templo, mais alto, ao fundo. A área enfumassada são as termas naturais.

Uma regra em Badrinath é banhar-se nas termas naturais antes de entrar no templo. Essa água quente que brota ininterruptamente é dito ser a misericórdia do Senhor Badrivishal (outro nome da deidade). É realmente uma grande misericórdia pois naquela altitude a temperatura é bem baixa e um banho quente é bem vindo e bastante relaxante.

Fachada do templo de Badrinath.

Outro fator de importância de Badrinath é o fato de ter sido o local escolhido por Srila Vyasadeva para compilar a literatura védica para nossa era atual. Isso aconteceu aqui nessa gruta, a três quilômetros da vila de Badrinath. Nessa visita, encontramos quatro devotos do templo de Delhi, que traduziram as explicações dadas em hindi pelo brahmana local.

Duas murtis de Srila Vyasadeva. A menor é muito antiga. É dito que Vyasadeva pediu a Ganesha para ser o escrivão. Ele ditava e Ganesha escrevia. Ganesha, então, impôs uma condição: Ele (Vyasa) não podia parar de ditar. Ele viu que o trabalho poderia se estender muito e assim exigiu que tudo fosse mais dinâmico. Vyasadeva, por seu lado, colocou também uma condição: Ele concordava com a condição de Ganesha, mas Ele não queria que Ganesha simplesmente copiasse. Ele impôs a condição de que tudo que ele (Ganesha) escrevesse teria que ser refletido e entendido. Assim, a combinação foi perfeita, pois o tempo que Ganesha gastava para pensar e meditar era o tempo que Vyasa precisava para elaborar o próximo verso.

Como é descrito no Srimad-Bhagavatam, o ashrama de Vyasadeva ficava às margens do Rio Sarasvati. Aqui está o pequeno trecho do Sarasvati que é visível. Ele aparece e logo se funde no Alakananda. Depois é dito que volta a aparecer subterraneamente no Triveni, dois mil quilômetros abaixo, em Allahabad, onde o Ganges, Yamuna e Sarasvati se juntam.

Purushatraya Swami participando de uma distribuição de prasada para os sadhus num ashrama da Sri Sampradaya, em Badrinath.

Purushatraya Swami


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